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Coleção Mosaico

Coleção Mosaico

COLEÇÃO MOSAICO

Estudos Contemporâneos das Artes, ao adotar uma perspectiva transdisciplinar, reúne ensaios teóricos, de autores nacionais e internacionais, que abordam questões pertinentes às artes e ao pensamento crítico no mundo contemporâneo. Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (PPGCA-UFF), a Coleção mantém em seu escopo propositivo o compromisso em fazer circular as pesquisas produzidas em universidades. Mosaico é uma parceria entre as editoras PPGCA-UFF e Circuito.

Apresentação dos livros da Coleção Mosaico

Arte pública como atitude

Luiz Sérgio de Oliveira

Reunindo trabalhos publicados em periódicos científicos ou apresentados em encontros acadêmicos entre 2007 e 2019, Arte pública como atitude tem a ambição de avançar em um território limiar em que a produção de arte contemporânea encontra a tradição da arte pública, subvertendo-a, ao mesmo tempo em que se afirma como solidamente e politicamente pública. Assim, os textos aqui reunidos enfatizam que, para além da instauração nos espaços públicos, essas produções de arte, os discursos e debates que provocam tendem a afirmar a atitude política de seus produtores como definitiva, por entender que a ocupação desses espaços públicos se oferece a esses artistas não como opção, mas como condição estabelecida pela própria natureza da arte.

 

Pragmatismo utópico

Luiz Guilherme Vergara

O pragmatismo utópico abordado neste livro invoca o sentido de coincidentia oppositorum, em outras palavras, a encruzilhada ou o entrecruzamento contemporâneo entre abrigo e abismos dos interfluxos vitais das artes na sociedade, seu lugar-política-institucionalidade, catalisadores de transbordamentos ou entrelaçamentos de imaginários de potências geradoras e transformadoras de afetos, espiritualidades e sensibilidades. Ressalta-se também o papel vital conector da experiência estética do corpo e da consciência ampliada de múltiplos corpos, do ser-coração-mundo, ou quiasma (para Merleau-Ponty), como tal, restaurativo de sentidos infinitum dos destinos ancestrais e transculturais das raízes africanas, indígenas, ocidentais e não ocidentais, humanos e não humanos.

 

Fotografia e pintura como imagens em confluência

Mauricius Farina

 

A ideia de confluência está implicada em semelhanças que se manifestam, paradoxalmente, por um princípio de dessemelhança que é fundamental para esse cruzamento. Quando aspectos comuns se cruzam identificamos nessa intersecção uma pulsão de origem. Marcos de confluência entre a fotografia e a pintura depõem acerca de relações estabelecidas historicamente na experiência da imagem, de dispositivos especulares que se encontram na superfície do ‘quadro’. Determinadas ocorrências da fotografia contemporânea podem ser entendidas como esgarçamentos de uma ideia de pintura, e vice-versa. Inúmeras imagens se manifestam na cultura através de mecanismos que são articulados por poéticas encenadas, performativas, demonstrando em seu fundamento a noção de uma realidade construída, ou de uma experiência ficcional articulada nas dobras dessa relação com a vida.                 

 

Hélio Oiticica e a Arquitetura do Sujeito

Tania Rivera

 

Pensar em Hélio Oiticica é necessário, hoje. Não para seguir a onda de reconhecimento internacional da arte brasileira a partir dele e de Lygia Clark. Não para incensá-lo e rapidamente alinhar a produção posterior a ele sob a sua égide. É preciso se debruçar sobre o trabalho de Hélio para… pensar. Para pensar o que não é o artista, nem sua obra: o que está fora (e dentro) dela: o Brasil e o mundo, a Cultura e o sujeito. A expressão, o neoconcretismo, o comum, o marginal e a ética. A arte.

Os ensaios aqui reunidos seguem uma certa progressão na produção de Oiticica, mas são independentes e podem ser lidos separadamente. Eles não têm como objetivo apresentar a obra e a trajetória do artista de modo detalhado e exaustivo, mas sim dialogar com a reflexão poética que se faz em objetos, em proposições, em textos e anotações diversas, e nela recolher fragmentos, conceitos, indicações diversas. Trata-se aqui de pensar com Hélio, e não apenas sobre sua obra.

 

inSITE: práticas de arte pública na fronteira entre dois mundos

Luiz Sérgio de Oliveira

 

As zonas de fronteira são regiões absolutamente singulares, demarcadas por encontros de identidades em permanente processo de negociação, espaços de hibridização, de assimilação e de resistência. Zonas onde culturas, raças, etnias, políticas, economias e sociedades se tocam, se ouvem, se miram e se contaminam através de um contágio em contínuo aprofundamento e expansão. Se essa parece ser a realidade das fronteiras, o que poderia ser dito daquela que divide Estados Unidos e México? Uma fronteira que aproxima e aparta dois mundos – o norte-americano e o latino-americano –, uma fronteira que assiste a um choque entre civilizações. 

[…] É justamente esse canto de mundo onde se tocam os extremos sudoeste dos Estados Unidos e noroeste dos Estados Unidos Mexicanos, e por extensão da América Latina, que tem servido de cenário para a instauração e continuidade do inSITE, mostra internacional de arte na esfera pública.

 

Arte Reflexões no Silência: entre ruminâncias e experiências

Luciano Vinhosa

 

Este livro reúne ensaios, teóricos e artísticos, desenvolvidos entre os anos 2000 até os dias de hoje [2016]. Embora eles abordem problemas variados – relação arte e arquitetura; fotografia e performance; indeterminação das práticas artísticas; cotidiano e criação artística –, de alguma forma insistem sobre um tema de pesquisa sobre o qual o autor se debruça: a experiência estética.

 

Em torno do corpo

Viviane Matesco

 

O movimento cultural contemporâneo explora a reabilitação do corpo, e as expressões artísticas do imaginário do corpo servem de baliza para apreender essas modificações. O corpo verdadeiro, não idealizado, fora esquecido na arte; a celebração da carne e a ênfase em funções orgânicas visavam à restauração de sua situação primordial por meio de atos diretos e elementares. Nosso ponto de partida será refletir sobre o corpo como questão e não tomá-lo do modo como o senso comum o trata. Em função das performances e trabalhos que enfatizam a corporalidade, um conceito de corpo primário ficou reduzido à ideia simplista de que ele rompe com a representação ao sair da “moldura” e ao se apresentar literalmente. Se quisermos questionar esse discurso, no entanto, devemos primeiramente compreender que o corpo não é termo universal e que seu conceito varia segundo as perspectivas culturais.

 

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